domingo, 26 de dezembro de 2021

A VERDADEIRA FRONTEIRA DO INFERNO

 

O ano de 2021 está terminando, para fechar com "Chave De Ouro" hoje vamos estudar e comentar o livro "O Inferno De Dante", nada melhor do que compreendermos o que é esse mundo em que vivemos, e o que "Dante Alighieri" chama de "Inferno". O ano novo comemora o 701º aniversário da morte de "Dante Alighieri", sofrida em 1321 enquanto suportava o exílio político de sua "Florença" natal. Produto da turbulenta "Idade Média", o autor florentino testemunhou em primeira mão o caos político e a agitação cívica da época, a divisão da lealdade familiar e a guerra destrutiva, as questões espinhosas da imigração e a construção de muros. Ele experimentou má qualidade do ar urbano e mudanças climáticas, doenças e pandemias, grande riqueza e pobreza terrível. Além disso, depois de falar a verdade ao poder, ele irritou tanto governantes despóticos que foi banido para sempre de sua cidade natal. Ele perdeu sua casa, sua esposa e a maior parte de seus bens terrenos. Se esses problemas terríveis do século 14 soam familiares, é porque, como registra Eclesiastes: "O que foi será novamente, o que foi feito será feito novamente; não há nada de novo sob o sol.". Como Dante lidou com problemas sociais e pessoais tão urgentes? Como sua "Divina Comédia" pode ser benéfica para mulheres e homens igualmente preocupados do século 21?

No início de sua vida, Dante lutou para lidar com a situação, equilibrando a vida contemplativa de um estudioso com a vida ativa de um cidadão do mundo. Por exemplo, ele era um leitor ávido de literatura religiosa e secular, um membro da comunidade envolvido e um cristão comprometido. Eleito para um cargo político, ele cumpriu várias atribuições municipais enquanto sustentava uma família em crescimento. Após seu banimento, entretanto, ele se tornou dependente da gentileza de estranhos para hospedagem, alimentação e proteção. Nesse ponto, o caminho mais fácil teria sido ele se afogar na autopiedade, desistir e renunciar ao mundo. 

Muitos dos que começam o longo poema de Dante erroneamente limitam sua leitura à primeira parte, que conta como um caminhante cristão chamado Dante desceu ao fundo do Inferno para reconhecer a verdadeira natureza do pecado e suas consequências. Esses leitores preferem ficar com os condenados que não têm esperança de progresso. Certamente os nove círculos do Inferno, cada um com uma punição "olho por olho" engenhosamente apropriada (conhecida como contrapasso), nunca deixam de cativar os leitores. Sem dúvida, Dante achou catártico retratar seus inimigos, entre outros, como sofrendo várias formas de punição dolorosa: Semeadores da discórdia que dividiram famílias são divididos por um demônio empunhando uma espada, barradores que traficavam em negócios por baixo da mesa estão submersos em piche preto quente, bajuladores que cuspiam tornam-se literais "narizes marrons" manchados de excremento e assim por diante. Embora possa ser satisfatório para nós imaginar nossos próprios adversários políticos passando por dores semelhantes, qualquer pessoa que deseje tirar o máximo proveito das experiências do viajante deve continuar lendo. No monte do "Purgatório", o peregrino se torna muito mais introspectivo e se livra de maus hábitos e tendências pecaminosas. Tendo chegado a uma compreensão do que o pecado impenitente leva, ele aceita que para progredir ele deve confessar e eliminar suas próprias faltas e más tendências: Orgulho, Inveja, Raiva, Preguiça, Avareza, Glutão e Luxúria.

Para ir além do caminho fácil de criticar os erros dos outros, os leitores sencientes são levados a ponderar: "Qual é o meu papel neste caos, conflito ou guerra de palavras? É meu próprio orgulho ou inveja parcialmente culpado ou mesmo totalmente culpado? Sou muito rápido para ficar com raiva, muito preguiçoso para assumir um papel ativo na resolução de problemas ou muito ganancioso para compartilhar minha própria abundância para ajudar os outros?". A pessoa que mais se beneficia das experiências do peregrino deve abraçar as virtudes que se opõem aos "Sete Pecados Capitais", características como Humildade, Altruísmo, Perdão, engajamento ativo na resolução de problemas, generosidade e amor fraternal. No "Paraíso", o humilde peregrino, livre do pecado, corre pelos céus para experimentar uma visão de Deus que o qualifica para se tornar um poeta cristão e compartilhar uma mensagem de advertência e esperança com um mundo profundamente conturbado. Ele ganha uma perspectiva divorciada das preocupações mundanas. Do céu, ele olha para o distante "Planeta Terra" e discerne a mesquinhez da maioria das discordâncias; simultaneamente, ele percebe quão abençoados são aqueles que evitam suas próprias loucuras e se concentram em melhorar a vida dos outros.

Fonte: DesertNews

O "Inferno De Dante" abre na noite da "Sexta-Feira Santa do ano 1300". Viajando por um bosque escuro, "Dante Alighieri" perdeu o caminho e agora vagueia temeroso pela floresta. O sol brilha em uma montanha acima dele, e ele tenta escalar, mas encontra seu caminho bloqueado por três feras - um leopardo, um leão e uma loba. Assustado e desamparado, Dante retorna para a madeira escura. Aqui ele encontra o fantasma de "Virgílio", o grande poeta romano, que veio para guiar Dante de volta ao seu caminho, ao topo da montanha. "Virgílio" diz que seu caminho os levará através do "Inferno" e que eles chegarão eventualmente ao "Paraíso", onde a amada "Beatriz de Dante" aguarda. Ele acrescenta que foi Beatriz, junto com outras duas mulheres santas, que, vendo Dante perdido na floresta, enviou "Virgílio" para guiá-lo. "Virgílio" conduz Dante através dos portões do "Inferno", marcados pela inscrição assombrosa "abandone toda esperança, você que entra aqui" (III.7). Eles entram na região periférica do "Inferno", o "Ante-Inferno", onde as almas que em vida não podiam se comprometer com o bem ou com o mal agora devem correr em uma perseguição fútil atrás de uma bandeira em branco, dia após dia, enquanto vespas os mordem e vermes se colam seu sangue. Dante testemunha seu sofrimento com repugnância e piedade. O "Barqueiro Caronte" então leva ele e seu guia através do "Rio Acheron", a verdadeira fronteira do Inferno. O "Primeiro Círculo do Inferno, Limbo", abriga "Pagãos", incluindo "Virgílio" e muitos outros grandes escritores e poetas da antiguidade, que morreram sem saber de "Cristo".

Fonte: Sparknotes

Mas o que é "Cristo"?!... Cristo é o termo usado em português para traduzir a palavra grega Χριστός (Khristós) que significa "Ungido", "Abençoado" ou "Iniciado". O termo grego, por sua vez, é uma tradução do termo hebraico מָשִׁיחַ (Māšîaḥ), transliterado para o português como "Messias". 

Obs.: Quando você inicia pesquisas, estudos e adquiri "Sabedoria", se torna um "Iniciado" e "Ungido" e "Abençoado". Onde você começa a ter acesso a novos conhecimentos e têm a chance de expandir ou melhor abrir caminhos da mente que lhe permitirão "Conhecer-te a ti mesmo". E não há necessidade de usar aventais, faixas ou seja pertencer a "Ordens Secretas".

Segundo Dante o "Inferno"  possui nove andares, sendo o nono andar a nossa "Jerusalém", onde encontramos nossa paz interior, mesmo ainda estando no "Inferno" podemos aguardar nossa "Absolvição", nossa "Libertação" enquanto quanto os andares inferiores nos levam para uma vida cada vez mais conturbada e repleta de tentações e sofrimentos. Tenho guardada na intimidade do ser a essência divina que me deu vida, como a me fazer, constantemente, recordar a origem de tudo. Sou um ser extrassensorial, imaterial, imortal. Sou um deus! Ao mesmo tempo, sou tão pouco diante do muito que o "Universo" minimamente revela ser! A "Temporariedade" e a "Impermanência", a "Fugacidade" e a "Obsolescência da Materialidade" obnubilam a visão integral, confundindo os sensoriais sentidos no pragmatismo da realidade transitória dos mundos físicos. A incompletude manifesta ou velada transparece na busca do ser integral, transcendente, impermanente. É o "Elo Perdido" de uma corrente que insiste e persiste na demanda da conexão causal para o intrigante descobrimento do limiar dos "Evos".

Nota: "Evos" é o plural de "Evo" é o mesmo que: eternidades, perenidades, perpetuidades. Duração sem fim; eternidade, perpetuidade.

As insatisfatórias respostas denotam a incapacidade cognitiva e a imaturidade espiritual para entendimento amplo de horizontes largos que, por ora, tornam-se fugidios. É tempo de olhar para dentro de mim mesmo e descobrir, na intimidade do ser, que ali, nos refolhos da alma (dissimulações da alma), habita um deus interior. Essa essência divinal, tal qual uma chama tímida, aguarda paciente a manifestação do agente ativo, como um leve sopro, para se apresentar estuante em toda a sua pujança. Essa individualidade etérea, inacessível ao entendimento humano materializado, aponta o indelével destino de todos os seres criados que, nas culminâncias da jornada ascensional, volvem ao Ser integral, "Inteligência Causal", Origem de tudo o que existe, expressando plenitude e paz em perfeita harmonia e integração às leis divinas. Estamos todos encarnados em um "planeta prisão" e a única maneira de sairmos daqui é subindo, crescendo e evoluindo... Aprendendo, Praticando e Ensinando outras pessoas o caminho da "Evolução Espiritual".

Fonte: FEBNet